quinta-feira, 8 de abril de 2010

Jornal A Palmatória - Longe... Mas sempre perto

Longe... Mas sempre perto

Diz o povo: ”Não há amor como o primeiro.”

Não podia deixar de responder afirmativamente ao convite que me foi feito para dar o meu testemunho, quando a Escola C+S de Proença-a-Nova celebra os seus vinte e cinco anos de actividade.

Longe vai o dia 26 de Novembro de 1976,quando me apresentei na então Escola secundária de Proença-a-Nova para leccionar Introdução à Política,com um “canudo” recém-conseguido, com a alma cheia de entusiasmo, com vinte e cinco anos de vida e já muito caminho percorrido em diferentes circunstâncias, lugares e actividades.

Iniciei a minha actividade docente no antigo Externato Diocesano de Proença-a-Nova, onde fui aluno durante três anos, onde aprendi tanta coisa importante e vivi momentos que ainda hoje me dão alegria quando os recordo. Guardo boas recordações de todas as escolas que frequentei. Os tempos de estudante foram muito felizes, apesar das dificuldades económicas que então suportávamos.

Quando iniciei a minha actividade lectiva, estávamos no tempo em que, no mês de Maio, ainda se colocavam professores. A desorganização era geral. Tínhamos saído do chamado P.R.E.C..

Encontrei um grupo de professores todos jovens e inexperientes como eu, mas todos com vontade de fazer uma escola, onde aprender fosse o lema. Passam pela minha memória o rosto e o nome de cada um deles, as alegrias e as esperanças que vivemos juntos.

O edifício era manifestamente insuficiente para o número de alunos que frequentavam as escolas de então. Funcionávamos em três turnos e assim dávamos a resposta possível aos alunos que vinham da Isna de Oleiros, Cardigos e de todo o concelho de Proença. Começaram nesse tempo as “démarches” para a construção das belíssimas instalações actuais e no local que ocupam hoje. Quando contemplo o actual edifício, sinto alegria ao ver realizado o sonho que então tínhamos.

Assumi responsabilidades directivas, como Vice-Presidente e Presidente do conselho Directivo durante três anos. Quando foi criado o 12º ano, Proença-a-Nova também o teve. Beneficiaram dele alguns professores e empregados actuais da escola. Alguns dos professores sabem o que tivemos de fazer para o conseguir, evitando ficar em posição subalterna a outras escolas da região.

Há vinte anos que abandonei a Escola secundária de Proença-a-Nova que permaneceu sempre no meu coração como o primeiro amor. Hoje trabalho na Guiné-Bissau como missionário. Estou longe... mas sempre perto. Combato o combate de sempre: a promoção do Homem, procurando que seja cada vez mais Homem, portanto mais perto de deus.

Parabéns à Escola e que seja “uma escola viva,de qualidade,de futuro”. Um abraço de amizade.

P. Joaquim Pereira

in A Palmatória

2 comentários:

  1. Inês Farinha... Vês-se mesmo que és uma lambe-botas!

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  2. Estás à espera de uma cunha do Prof. Daniel Catarino?

    Vai mas é trabalhar!!

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